“Cotia entra no mapa da primeira infância”, confirma Mariana Luz, executiva do Fórum Econômico Global

CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal fez palestra na Conferência da primeira infância de Cotia e apontou que Cotia está entre as cidades que começam a se mover de forma concreta para fortalecer as políticas da primeira infância.
Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal fez palestra na Conferência da primeira infância de Cotia / Juliano Barbosa

A primeira conferência da Primeira Infância de Cotia reuniu, na quinta-feira (13), no auditório da Secretaria de Educação,  nomes de peso e debates que tocaram o coração de uma das maiores urgências do país: cuidar das crianças desde o começo da vida, ou seja, na primeira infância.   

Entre os destaques, a palestra de Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Young Global Leader do Fórum Econômico Mundial e presidente do Conselho do Instituto Escolhas, trouxe uma fala contundente sobre o retrato da infância brasileira — e sobre o quanto o país ainda falha em garantir direitos básicos às suas crianças. 

Mas ela também trouxe uma revelação alvissareira: Cotia está no mapa da primeira infância e pode ser uma das primeiras cidades a se destacar em políticas públicas para esse público.  

“Tem que dar comida, tem que ter saúde adequada, educação adequada, segurança e parentalidade”, resumiu Mariana, apontando que o Brasil ainda não cumpre nem o básico. Segundo ela, o debate sobre a primeira infância precisa incluir com mais força a assistência social, frequentemente deixada à margem das políticas públicas. “Educação e saúde têm lugar ao sol, mas a assistência precisa estar no debate. Porque os pais são fundamentais, e se a gente seguir esses passos, avança muito melhor.” 

Mariana provocou o público ao defender que políticas de equidade devem guiar a oferta de vagas e o acesso aos serviços. “Pode priorizar, sim. A equidade exige que se dê mais para quem tem menos. É preciso dar mais para quem está fora da escola, fazer busca ativa, garantir vacina e entender a realidade de cada família.” 

Mariana também lembrou que 84% da população brasileira não sabe que a primeira infância é o período mais importante para o desenvolvimento humano — e 41% acreditam que o auge ocorre apenas depois dos 18 anos. “Esse dado me tira o sono. A gente vive numa bolha, fala com quem pensa igual. Mas precisamos furar essa bolha. Repetir o básico dez milhões de vezes. Só assim a gente muda o jogo.” 

Mariana ressaltou que esse diagnóstico coloca Cotia diante de um desafio e, ao mesmo tempo, de uma oportunidade. “A gente tem que dizer que tem recorte etário, de gênero e de raça. E quando reconhecemos isso, conseguimos olhar de forma diferente e trazer oportunidades diferentes para quem mais precisa.” 

Encerrando sua fala, ela lembrou que o município já faz parte de uma rede de cidades que estão construindo políticas estruturadas para a primeira infância. “A gente está fazendo em Brasília, criando a marca do legado da primeira infância, e estamos ajudando o governo a fazer uma política. Cotia está nesse mapa — e isso deve animar a todos nós.” 

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