Fotos: Vagner Santos
Alunos de inclusão acompanharam a metamorfose da lagarta dia a dia em um processo que envolveu percepção sensorial e contato com o meio ambiente
Quando o assunto é inclusão, a equipe da Escola Municipal Francisco Camilo, no Jardim Santa Ângela, em Cotia, se vale até da metamorfose da lagarta como proposta para o desenvolvimento dos alunos. Na unidade escolar, um grupo de cinco crianças do AEE (Atendimento Educacional Especializado) soltou uma borboleta, a Susi, que foi acompanhada, cuidada e alimentada por eles desde quando ainda era uma lagarta. O projeto é denominado ‘Cinco Sentidos – percepção sensorial em contato com o meio ambiente’.
Susi foi encontrada pelos alunos no jardim da escola e a equipe escolar viu nascer uma proposta de trabalho que poderia ser incorporada à rotina dos envolvidos. O aluno Theo, de 9 anos de idade, é autista e esteve entre os tutores da pequena Susi. “Eu pesquisei que a borboleta é muito importante para a natureza e ela vai aparecer depois que sair do casulo”, explicou o jovem tutor, enquanto verificava se estava tudo bem com a Susi quando ainda estava dentro do seu casulo. Theo foi um dos responsáveis por garantir que não faltasse alimento para a Susi em sua forma de lagarta e que estivesse segura até estar pronta para voar.
O trabalho com a Susi envolveu muito estudo. Os alunos fizeram pesquisas e tiveram a oportunidade de compartilhar com os colegas tudo que descobriram sobre a vida dos insetos, especialmente da borboleta. “Identificamos que a lagarta se alimenta da folha da Melissa e temos disponível na escola, então, os alunos do AEE tinham a responsabilidade de trazer as folhinhas para a Susi no seu lar provisório”, explicou a diretora da unidade, Rosely Queiroz Ferreira. Todo o projeto foi acompanhado e teve a mentoria da psicopedagoga, Adriana S. Palha Ferreira. “Este trabalho é mais importante do que parece, ensina sobre as transformações da vida e podemos exemplificar e associar às transformações da lagarta. Trabalhamos os sentidos, a memória, estímulos, organização, rotina, responsabilidade, curiosidade, o leque é grande”, explicou Adriana.