A sede do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana (Cioeste), em Barueri, recebeu nesta quarta-feira (8) o II Workshop de apresentação do Índice de Vulnerabilidade à Mudança do Clima da Região Metropolitana Oeste de São Paulo.
O estudo foi realizado em parceria entre o Banco de Desenvolvimento Econômico da América Latina (CAF) e a consultoria do Factor CO2 e traça o atual índice de vulnerabilidade às mudanças climáticas das cidades que compõem o consórcio. Também cria um prognóstico até 2100 e garante respaldo profissional aos municípios.
Os dados apresentados pela Factor mostram que os indicadores de Cotia a colocam em situação mais confortável em relação às demais cidades. O fato de não ser muito adensada, com vasta área de conservação ambiental, coloca o município em uma escala média de sensibilidade (efeito biofísico da mudança climática). Para este indicador, a Factor CO2 considerou Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), acesso ao serviço de água potável e população vulnerável, entre outros.
Já a capacidade de adaptação (condição para se ajustar às mudanças, considerando riqueza, saúde, tecnologia) de Cotia é alta, segundo o estudo. A conclusão se deu após a análise do PIB (Produto Interno Bruto) e variação de emprego e renda. A exposição (o que está em risco pela mudança climática) também é baixa. Em relação à vulnerabilidade atual, o estudo mostrou que apenas Cotia e Barueri apresentam baixa vulnerabilidade.
De acordo com Kepa Solaun, sócio-diretor-geral da Factor CO2, o estudo identificou e definiu as propostas de adaptação aos ajustes necessários em cada município, a partir de indicadores econômicos, sociais e ambientais oficiais, de 2010 a 2016.
Com a análise destes números, a Factor projetou o índice de vulnerabilidade atual dos municípios. “A fórmula é simples: a sensibilidade multiplicada pela exposição dividida pela capacidade de adaptação do município nos dá o índice de vulnerabilidade atual”, explicou Kepa. “Os números e dados nos mostram como se deve atuar e quais medidas devem ser tomadas prioritariamente pelos gestores municipais”, completou.
Ainda de acordo com o estudo, entre 2.040 e 2.100 Cotia poderá sofrer um aumento de temperatura entre 2ºC e 5ºC, ainda assim abaixo de outras cidades da região.
Para falar sobre as propostas do plano de ação para a redução da vulnerabilidade na região, Alex Castro, consultor sênior da Factor, doutor em ecologia, afirmou que é preciso investir em programa de monitoramento de infraestrutura, serviços ambientais (água) e programa de colaboração que tracem medidas como reurbanização de bairros e comunidades com critérios sustentáveis, estradas permeáveis, estabilização de solos, capacitação da indústria e serviços e campanhas de conscientização da população. “Este estudo não foi feito para ficar na gaveta e sim para apoiar os gestores nas tomadas de decisões de investimentos”, salientou Alex.
Cotia foi representada por Vilcélia di Pietro e Patrícia Ueoka, da Secretaria de Desenvolvimento Social e por André Vasques, subsecretário de Meio Ambiente e Agropecuária. “Este resultado apresentado pelo estudo mostrou que a vulnerabilidade às mudanças do clima em cada cidade envolve todas as áreas. É uma importante e elucidativa ferramenta para os gestores municipais”, opinou Vilcélia.