Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados recentemente apontam aumento de casos confirmados de Hepatite A entre homens gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens no Estado. No município de São Paulo o salto foi de 63 casos durante todo o ano de 2016 para 101, de janeiro ao início de junho deste ano. Do total de casos deste ano, 80% foram do sexo masculino, sendo que 63% dos pacientes com idade entre 18 a 39 anos, e cinco casos relatados como homens que fazem sexo com homens e ocorrência de um óbito. Em Cotia, depois de anos sem registro de casos, uma confirmação da doença foi feita no início do mês em um adolescente de 13 anos.
Para a epidemiologista e coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Juliana Müller, a informação é o melhor remédio contra a doença.
“Foi o único caso confirmado nos últimos anos e, diante do cenário estadual, reforçamos o alerta junto aos profissionais das Unidades Básicas de Saúde e Pronto Atendimento para que peçam o exame e notifiquem os casos. Como a vacina contra a doença não está disponível para adultos pelo SUS, a informação é o melhor remédio.” Disse.
No SUS, a vacina é disponibilizada para crianças com até quatro anos e 11 meses e 29 dias e não há previsão de vacinação em adultos. “A vacina é aplicada em dose única apenas nas crianças. Adultos que por ventura não tenham sido vacinados, devem se prevenir tomando cuidados simples, como tomar água tratada, alimentos bem lavados, lavar a região íntima após ir ao banheiro e antes e após a relação sexual, e proteção durante relação oro-anal”, alertou.
A médica explica que a Hepatite A (VHA) é transmitida por vírus e que a contaminação ocorre por meio da água e alimentos contaminados.
Pela rede pública de saúde de Cotia, a população tem acesso aos testes rápidos de Hepatite B e C. No caso da Hepatite A é preciso que seja feito um pedido médico, ou do próprio enfermeiro, caso o paciente apresente sintomas da doença.
Além do teste rápido, no caso da Hepatite B, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para toda a população. É necessário tomar três doses para completa imunização.
Hepatite A
Contágio: O vírus da hepatite A é eliminado nas fezes e adquirido pela boca, ou seja, transmissão fecal-oral, mas também se transmite por práticas sexuais, quando se tem contato anal-oral.
Prevenção: Consumir apenas água tratada e alimentos bem higienizados e lavar bem as mãos antes de comer e depois de usar o banheiro. No sexo, recomenda-se lavar bem o ânus com água e sabão após evacuar, lavar bem o pênis e as mãos com água e sabão antes e logo depois do sexo e evitar sexo oro-anal. Usar uma barreira ao fazer sexo oro-anal – como filme PVC ou camisinha cortada de comprido é outra opção.
Tratamento: Em geral o tratamento para hepatite A é de suporte, ou seja, cuidar dos sinais e sintomas (fadiga, náusea e vômitos, dor ou desconforto abdominal, perda de apetite, febre baixa, urina escura, dor muscular e amarelamento da pele e olhos). Pode haver necessidade de internação nos casos mais graves. Principalmente em adultos, a doenças pode ser séria e levar à morte.