Em meio a uma vasta e protegida área verde, próximo à reserva do Morro Grande, uma enorme casa branca chama a atenção à beira da estrada. O casarão, situado em uma área conhecida como sítio do Padre Inácio, é mais uma das construções bandeiristas históricas da cidade.
Erguida em taipa de pilão, técnica muito usada no período colonial que consiste em comprimir a terra em formas de madeira, a casa é mais um local cheio de história. O local servia como apoio para os bandeirantes que estavam em expedição para o interior em busca de pedras, metais preciosos e novas terras, além de escravos indígenas.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1951, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), em 1974, a obra é um marco importante do ciclo bandeirista.
A construção teve início no começo do século XVIII e apresenta uma planta quadrada, atributo marcante desse estilo. A sala principal fica situada ao centro, tendo em suas laterais a distribuição dos cômodos e um sótão. Possui uma ampla varanda na fachada, onde fica localizada a capela do lado direito, característica marcante em casas bandeiristas, e do lado esquerdo um quarto de hóspedes.
A casa apresenta equilíbrio e beleza quando se trata dos entalhes em madeira nas portas, pilastras externas e no beiral do telhado, rico em detalhes.
Anna de Barros Leme era a proprietária da casa, construída cerca de um século antes por seu avô, o sargento-mor Roque Soares Medella. Inácio Francisco Amaral, primo de Anna, foi morar no sítio após ficar viúvo. Depois de alguns anos decidiu seguir pelo caminho do sacerdócio, tornando-se padre aos 57 anos de idade.
Inácio morreu aos 95 anos e a propriedade continuou em posse da família por mais 45 anos. Depois foi vendida para uma família de imigrantes alemães. Mas a figura do Padre Inácio continua associada à casa e assim permanece até hoje. Além de reforçar a cultura local, dissemina a importância da história dos bandeirantes para o país.
O local é mais um dos pontos turísticos históricos do município, assim como a Igreja Matriz e o Sítio do Mandú, que fazem parte do Circuito Taypa de Pilão, um roteiro pelos bens históricos existentes na região sudoeste e que inclui Cotia, São Roque, Embu das Artes, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba.
Para realizar visitas não é necessário agendamento prévio. Basta ir ao local (Estrada Padre Inácio, Morro Grande), aberto todos os dias da semana, das 8h às 17h. Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Turismo pelo telefone 4614-2952.