Ciente de seu papel na questão ambiental, a Prefeitura de Cotia pretende implantar ainda este ano mais três Postos de Entrega Voluntária (PEVs) de lixo destinado à reciclagem, um no centro, um na Granja Viana e outro no quilômetro 21 da rodovia Raposo Tavares. A instalação será feita pela Cotia Ambiental, concessionária do serviço de limpeza que já administra a única unidade existente no município, situada em Caucaia. A ideia é chegar futuramente a cinco ecopontos, como também são chamados os PEVs.
Para o PEV de Caucaia são levados diversos tipos de material, como papel, papelão, vidro, plástico, garrafas e embalagens longa-vida usadas no armazenamento de leite e sucos. A entrega é feita pelos próprios munícipes e o material é separado e encaminhado para a única cooperativa de reciclagem da cidade, a Coopernova, situada na Rua Nova Pátria, 120, Jardim Nova Cotia.
O município recicla em média 3% ao mês – algo em torno de 130 toneladas – de todo o lixo doméstico produzido, cerca de 6,5 mil toneladas.
A Coopernova é uma cooperativa de trabalho que reúne 38 pessoas. É num galpão de 350 m² que os resíduos destinados à reciclagem são separados, compactados e vendidos às indústrias. Ela recebe material de cerca de 100 empresas, de 120 condomínios e da população em geral. Entre os materiais estão papel, papelão, latas e vidro.
A própria cooperativa retira o material doado pela indústria e o comércio. O recolhimento é feito por seis caminhões, sendo três próprios e três cedidos pela concessionária do serviço de limpeza.
Em outro espaço, no mesmo bairro, a cooperativa reúne eletroeletrônicos, entre os quais computadores, rádios, tevês, lavadoras e ferros de passar roupa. Todos os utensílios são desmontados e as peças vendidas separadamente aos mais variados segmentos industriais.
A Prefeitura já estuda a criação de dois novos polos para reciclagem (Caucaia e Granja Viana) para que futuramente a cooperativa possa expandir suas ações na cidade.
Vida Nova
Por conta da crise econômica, muitas pessoas passaram a procurar a cooperativa em busca de emprego nos últimos meses. É o caso da cooperada Marilene Leolina dos Santos, 40 anos, contratada há dois anos após perder o emprego como cozinheira em uma empresa de papelão da cidade.
Com o salário que recebe ela sustenta cinco filhos e um neto nascido no início de fevereiro. “Está melhor que o outro emprego. Ganho um pouco mais e tenho mais tempo para ficar com os filhos. Dá para levar à escola os que estudam de manhã e no horário do almoço os que têm aula à tarde. Estou mais feliz aqui.”
Embora a Coopernova tenha sido criada em 2008, sua presidente, Marli Monteiro, 54 anos, conta que a ideia de criar uma cooperativa nasceu em 1998, ocasião em que visitou uma associação que já fazia o recolhimento de material para reciclagem em residências, no Jardim Boa Vista. “Trouxemos a ideia para o bairro e fizemos campanha de conscientização sobre a importância da reciclagem. Foi um trabalho de formiguinha. Começamos com apenas três pessoas e aos poucos expandimos.”