Fotos: Vagner Santos
Público lotou o auditório do Paço Municipal. Diversas palestras marcaram o evento
Em Cotia, desde o ano passado, a Lei Municipal 2178/2021 institui o dia 13 de setembro como o ‘Dia para a Voz e Visibilidade às Pessoas Desaparecidas’ e, na noite dessa terça-feira (13/09), a Prefeitura de Cotia, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, Cidadania e da Mulher, realizou a 2ª edição do ‘Encontro Voz e Visibilidade às Pessoas Desaparecidas’, no Paço Municipal. Dezenas de pessoas acompanharam palestras que esclareceram e alertaram sobre as formas de desaparecimento: voluntário (a pessoa decide se afastar dos familiares); involuntário (motivado por lapsos de memória, doença psíquica, dependência química ou outros), e forçado (tráfico de pessoas e de órgãos, entre outros crimes).
A titular da pasta reforçou a importância de Cotia ter uma gestão que se importa com a causa do desaparecimento de pessoas e atua para dar luz a este problema. “Se este Governo [Rogério Franco] não apoiasse essa causa, nós não estaríamos aqui e este auditório estaria vazio”, disse. Depois de agradecer a presença do público que lotou o auditório, deixou um relato pessoal de sua mãe, que sofreu de Alzheimer por 10 anos e, por vezes, esteve desaparecida e foi encontrada graças a um colar de identificação que levava no pescoço. “É importante que todos tenham consigo o cartão do SUS, que é um documento que traz muitas informações e ajuda a localizar as pessoas em qualquer parte do país onde sejam encontradas”, destacou.
Entre os palestrantes estiveram Camila Lages, idealizadora do Movimento Voz e Visibilidade e filha de Marla Gadelha, desaparecida há 21 anos; Felipe Variedade, vereador e autor da Lei 2178/2021; Eliana Vendramini, promotora de justiça; Silvia Cursino, Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Cotia; Luciana Santos, psicóloga titular da Delegacia da Mulher de Cotia; Dr. Gabriel Bolorini, médico de família e comunidade, pós graduado em psiquiatria pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; e Fabricio Leiva, responsável pela Casa Refúgio, que acolhe pessoas em situação de reabilitação da dependência química.
Camila Lages, em constante busca pela mãe, ressaltou a importância de não esperar 24 horas para fazer Boletim de Ocorrência, mesmo que essa ainda seja a orientação de algumas delegacias no país. “Não espere 24 horas, o Boletim de Ocorrência e a busca tem de começar assim que o desaparecimento for constatado”, disse. Ela apresentou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública que dá conta de mais de 65 mil registros de Boletim de Ocorrência de desaparecimentos no Brasil em 2021, sendo que, destes, 31.733 resultaram em Boletim de Registro de Encontro.
O vereador Felipe Variedade também lembrou a importância de apoio dos legisladores às famílias de pessoas desaparecidas. “Logo que assumi o mandato de vereador, no início do ano passado, tomei conhecimento da história da Camila Lages e de tantas outras famílias e percebi a carência de políticas públicas nesta área, por isso criamos a lei, com apoio do prefeito Rogério Franco que a sancionou e de toda a Câmara, que aprovou a lei por unanimidade”, disse.
Serviços
Disque denúncia: 181
Divisão de Desaparecidos da Cidade de São Paulo: 11 97549-9770
Ong Mães da Sé: 11 3337-3331
Ong Portal Desaparecidos 11 91146-9302
Voz e Visibilidade: 11 94267-0270 @vozevisibilidade