Cotia foi a primeira cidade brasileira a ter lei sobre o assunto. Trabalho educativo e de orientação precede as ações de fiscalização
Os fiscais da Secretaria de Indústria e Comércio de Cotia estão visitando os estabelecimentos comerciais instalados no município para orientar os responsáveis sobre a Lei 2021 de junho de 2018 que proíbe o fornecimento de canudos de plástico por parte dos estabelecimentos comerciais. Cotia foi a primeira cidade no Brasil a sancionar lei com esta proibição e, na sequência veio a capital do Rio de Janeiro e, mais recentemente a capital paulista. Nos últimos dias, governo de São Paulo sancionou legislação para todo Estado, a Lei 17.110 de julho de 2019.
A Lei de Cotia é de 2018, mas, de acordo com a administração municipal, a fiscalização não começou de imediato para não haver prejuízo para os comerciantes. “Grandes redes se adequaram imediatamente, mas os estabelecimentos menores teriam dificuldade. O objeto não é punir, simplesmente, é construir uma nova consciência, é convencer a sociedade de que precisamos de formas alternativas de consumo que agridam menos o meio ambiente”, disse o prefeito Rogério Franco.
De acordo com os fiscais, é comum, durante as abordagens de orientação, os estabelecimentos já terem se adequado à legislação. “Em Cotia, o canudo de papel já está presente em diversos locais”, disse Alexandre Bracale, fiscal.
Alguns estabelecimentos, como é o caso da Pastelaria Nippon, no Mercado Municipal baniu o canudo de vez. “Soubemos da lei e a determinação foi que tirássemos os canudos de uma forma geral. Não fornecemos nenhum tipo de canudo”, disse Celsia Vieira.
Já na lanchonete do Sacolão Saúde os canudos fornecidos são de papel. “Alguns clientes estranham, mas agora é esta a realidade. Infelizmente, o custo é maior, então a nossa ideia é eliminar ao máximo copos que precisem de canudos, como aqueles com tampinha”, disse José Jair, gerente do local.
“Cotia saiu na frente mais uma vez e demonstra a sua preocupação com o meio ambiente. O prefeito deixou claro que a ideia não era punir e sim conscientizar. A punição é uma consequência, prevista na lei, mas que não está no foco neste momento”, disse Moisés Cabrera, secretário de Indústria e Comércio. Segundo ele, o trabalho de conscientização seguirá pelas próximas semanas, antes da fiscalização de fato.
Para o Secretário de Meio Ambiente e Agropecuária, Gustavo Gemente, Cotia dá exemplo de preocupação com o meio ambiente. “A formatação de políticas públicas que protejam os recursos naturais e as espécies de animais é tendência mundial. Cotia abriga uma imensa área verde, área de manancial e uma riquíssima fauna que precisa ser protegida”, disse.
Danos ambientais
A sociedade mundial está tão habituada ao uso do canudo de plástico que, muita gente, nem para e pensa no impacto ambiental em consequência de sua produção. Feitos com polipropileno e poliestireno, os canudinhos não são biodegradáveis e podem demorar até mil anos para se decompor no meio ambiente, bem mais tempo do o seu prazo de uso, já que, em média, cada canudo é utilizado por apenas quatro minutos.
Os canudos vão parar nos rios, nos mares e causam um grande prejuízo, tanto por ficarem séculos poluindo o meio ambiente até ser decomposto e, o mais grave, fere e mata milhares de animais, especialmente os marinhos.
Fotos: Vagner Santos