Equipe de voluntários iniciou a distribuição de sopas, nas noites frias. Cobertores também estão sendo entregues e psicóloga faz o cadastramento
O Fundo Social de Solidariedade de Cotia (FSSC) iniciou a segunda edição do ‘Projeto Alimento que Aquece’, que distribui sopas quentinhas e cobertores para pessoas em situação de rua. Durante a ação, que conta com o apoio da Prefeitura de Cotia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, psicólogo, do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), faz o cadastro das pessoas abordadas.
Além do atendimento emergencial, a Prefeitura vai implantar um serviço municipal especializado no atendimento das pessoas em situação de rua. “Está em andamento um edital que prevê a implantação de um novo modelo de atendimento a pessoas em situação de rua. Esta nova formatação se dará por meio de parceria com Organização da Sociedade Civil (OSC)”, disse o prefeito Rogério Franco. O prefeito explicou que este serviço estará associado à frequência dos atendidos e as ações preveem, inclusive, a possibilidade de per noite para casos específicos.
O serviço municipal para atendimento das pessoas em situação de rua possibilitará o aprimoramento dos serviços prestados mediante estadia (per noite) e outras atividades próprias para cada perfil de atendido. Esse serviço municipal encontra-se em tramitação em cumprimento dos prazos legais para análise e seleção de propostas, cujo processo seletivo final ocorrerá nos próximos dias. Até lá, o município prossegue com o atendimento das pessoas em situação de rua através do CREAS.
A Secretária de Desenvolvimento Social e presidente do FSSC, Mara Franco, idealizadora do ‘Projeto Alimento que Aquece’, afirmou que a Prefeitura realiza abordagens frequentemente de pessoas em situação de rua. “Buscamos cadastrar todas elas, orientamos sobre a retirada de documentos, atendimento em saúde, algumas, inclusive, são inseridas em programas de transferência de renda, entre outros programas”, disse Mara Franco.
Fotos: Vagner Santos
Quantas pessoas vivem nas ruas de Cotia?
A Prefeitura de Cotia contabiliza cerca de 40 pessoas em situação de rua no município, a maior parte ocupa espaços na região central da cidade.
Quantas pessoas foram atendidas pela Prefeitura nos últimos meses?
De fevereiro a julho deste ano, foram atendidas 22 pessoas em situação de rua em passagem pelo município e 35 com atendimento efetivo (que consiste em escuta qualificada da pessoa para detectar a demanda).
Quando acontece o atendimento?
O trabalho social é permanente e as equipes fazem encaminhamento para o CAPS Álcool e Drogas, CAPS Adulto, auxilia na retirada de documentos, e, após verificar a existência de vínculos familiares, o município arca com a compra da passagem e a pessoa é encaminhada para sua cidade.
Quantas pessoas são acompanhadas pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS)?
Aproximadamente 32 pessoas em situação de rua recebem acompanhamento frequente do CREAS, sendo cinco mulheres. Entre os referenciados (que têm prontuário no CREAS), cerca de 12 recebem o Bolsa Família e alguns são contemplados pelo Programa Social Renda Cidadã. Duas mulheres foram contempladas por Programa Habitacional.
A Prefeitura oferece atendimento especializado para dependentes de álcool e drogas?
Sim, as pessoas em situação de rua que sofrem com a dependência química, passam por acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas, além do CAPS Adulto, e, havendo a necessidade, há atendimento junto outros órgãos (federais, estaduais e municipais), como serviços de saúde, Poupatempo, INSS, entre outros.
A Prefeitura tem alguma iniciativa para inserção destas pessoas no mercado de trabalho?
Sim, quando verificada a condição para o trabalho, a pessoa é encaminhada para o programa municipal da Frente de Trabalho para Pessoas em Situação de Desemprego. Atualmente, o programa com seis contratados, dois recusaram a vaga e um, além de recusar, foi internado para tratamento da dependência química.
Entre os 28 atendidos, a equipe já conseguiu localizar ou obter informações relativas a familiares e ou residências de quinze, sendo que muitos destes se negam a restabelecer os vínculos e não fornecem mais informações. Doze são dependentes químicos e fazem acompanhamento no CAPS.
Toda pessoa em situação de rua é reinserida à família?
Não. Algumas pessoas estão há muitos anos em situação de rua e, apesar de todo o trabalho de sensibilização de assistentes sociais, psicólogas, resistem em deixar a condição que vivem.