A convite da Prefeitura de Cotia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, a Ong IN Movimento Inclusivo realizou um Seminário Inclusivo PcD – Superando Barreiras para o Desenvolvimento Social, na sexta-feira (3/08), para mais de cem servidores municipais. O objetivo do evento foi aprimorar os conhecimentos e sensibilizar os funcionários em relação ao atendimento dispensado a pessoas com deficiência e a seus familiares. O Seminário contou com tradução simultânea em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
De acordo com a Presidente do Fundo Social de Solidariedade e Secretaria de Desenvolvimento Social, Mara Franco, a realização do seminário reforça o olhar da atual gestão que é o de superar barreiras, assegurar o direito à acessibilidade e valorizar o munícipe. “A inclusão está presente em nossa rotina de trabalho nas ações da Secretaria e nos projetos do Fundo Social. Nosso propósito com a realização do Seminário Inclusivo é fortalecer esse tema, intensificar, aprimorar e ampliar as medidas no atendimento ao público. Acreditamos que investir em qualificação profissional é uma forte estratégia de sensibilização, redução da desigualdade, acolhimento e atendimento justo e digno para todos os cidadãos”, disse Mara.
O seminário contou com palestras de psicólogos e terapeuta ocupacional, além de depoimentos com relato de vida de mães de deficientes. “No dicionário, deficiência é imperfeição, insuficiência. Pergunto: somos perfeitos? Não, temos deficiência em diversos setores da sociedade e de compreensão da problemática”, disse Luis Roberto Mastromauro, secretário adjunto de Desenvolvimento Social, na abertura do evento. “Precisamos conscientizar sobre as diferenças entre deficiências física, intelectual e a deficiência social, pois na sociedade somos todos iguais”, completou.
Os palestrantes falaram sobre desinformação e preconceito, legislação e direitos dos deficientes, empoderamento das pessoas com deficiência, importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento do deficiente, direitos da pessoa com transtorno do espectro do autismo, entre outros.
O instrutor do Movimento In, César Lavoura, convidou alguns presentes a participarem de uma vivência sensorial. Com os olhos vendados, eles foram conduzidos por um acompanhante na hora do intervalo e participaram do coffee break sem enxergar nada. Para a assistente social, Maria Aparecida Guimarães, do CRAS Jardim Japão, a experiência foi inusitada. “Foi impressionante, à medida que minha companheira pegara o lanche, as pessoas estavam conversando ao meu lado, muito barulho, eu não sabia o que estava acontecendo, cheguei a ficar enjoada”, disse.
Outra pessoa que vivenciou a experiência foi a agente social, Andréia Teófilo, do CRAS Monte Serrate, e ela narrou uma sensação de solidão. “Ouvir as pessoas falando ao meu lado, sem entender direito, não diferenciar de onde vem exatamente, causou uma sensação de estar sozinha, mesmo com tanta gente no mesmo espaço”, disse. “Foi difícil comer, me locomover. Um desafio”, completou.
Entre os palestrantes estiveram Sonia C. E. dos Santos, mestre em psicologia da educação e psicopedagoga, Maraian Lebl, terapeuta ocupacional, Almir Maia de Brito, psicólogo clínico e Rosana Ponomavenco, do Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, graduada em Propaganda e Marketing.