Vigilância Ambiental é a responsável pelo trabalho feito casa a casa para levar orientação, distribuir material informativo e telas de proteção para caixas d’água
Dados do Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Cotia mostram que moradores de 50% dos imóveis visitados pelos agentes de saúde que trabalham no combate ao Aedes aegypti não abrem as portas de suas casas para a inspeção e eliminação de possíveis focos do mosquito (vetor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya).
“A recusa à visita é a nossa maior dificuldade no trabalho de fiscalização e orientação dos moradores, mas temos também problemas com acumuladores de lixo, reciclagem sem os mínimo de cuidado, entre outros”, disse Páscoa Bichiato, coordenadora da Vigilância Ambiental. De acordo com ela, os problemas são encontrados tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais. “Quando encontramos problemas, o morador é orientado e notificado para as providências cabíveis, mas, quando voltamos, o problema persistir”, completou.
O município tem a Lei 1.930/2016 que, entre outros, prevê a possibilidade de entrada forçada a imóveis que apresentem riscos para a saúde pública cujos moradores recusam a fiscalização ou estão ausentes. A lei prevê, inclusive, advertência, multa e até inutilização do imóvel, no caso de desrespeito à legislação. “A lei veio para somar aos esforços, mas a sua aplicação demanda tempo, pois precisa ser lavrado um auto de infração, a visita tem que ser programada com a Guarda Municipal, o ideal é que o morador, voluntariamente, entenda a importância do nosso trabalho”, salientou Páscoa
Atualmente, Cotia conta com 14 agentes de saúde que fazem a visita casa a casa, de segunda a sexta-feira e, aos finais de semana, são 50 agentes na rua. O objetivo da intensificação aos finais de semana, de acordo com Páscoa, é encontrar as pessoas que trabalham. “Os agentes que atuam durante a semana priorizam os bloqueios de casos notificados, fazem inspeção de pontos estratégicos e de imóveis especiais, além de atenderem denúncias”, explicou Páscoa.
A Vigilância Ambiental também faz a distribuição de material educativo e de telas para caixas d’água, gratuitamente. “Os trabalhos são permanentes, as orientações, as disponibilização de formas para evitar focos do mosquito, mas a população precisa se colocar como agente de combate também”, alertou a coordenadora.
Dados do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que o número de casos confirmados em Cotia saltou de 1 (um), em 2018, para 77, em 2019, sendo 61 casos autóctones e 16 importados. “Os esforços contra o mosquito são permanentes e contamos com a participação de todos contra o mosquito. Temos um eficiente sistema de notificação de casos suspeitos e as ações de bloqueio são imediatas”, disse Magno Sauter, secretário de Saúde.