A Prefeitura de Cotia acaba de se unir aos movimentos sociais, ciclistas, pesquisadores, ambientalistas e a comunidade em geral na luta contra a derrubada das casas que compõem a antiga Vila Operária do DAE, em uma área que pertence à Sabesp, ao lado da Reserva Florestal do Morro Grande. O prefeito Welington Formiga se reuniu com o movimento e firmou o compromisso da administração municipal com a defesa desse patrimônio arquitetônico e ecológico em Cotia.
A manifestação popular nasceu depois que pelo menos dez, das cerca de 50 casas, foram derrubadas na antiga Vila do DAE. O prefeito foi procurado e recebeu, no dia 17/06, a comunidade para discutir formas de proteção deste conjunto de casas históricas e firmou o seu compromisso de apoiar a inclusão da Reserva Florestal no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e apoio governamental para o tombamento da Vila do DAE pelo IPHAN/CONDEPHAAT.
No fim de junho, o prefeito e secretários municipais participaram de um manifesto simbólico, denominado ‘Abraço na Sede’, que já teve duas edições. Além do tombamento e preservação ambiental, a mobilização inclui a proposta de transformar a Sede da Vila do DAE em um equipamento de desenvolvimento cultura, educacional e socioambiental, unindo memória, natureza, cultura e cidadania.
“Contem com este governo. Eu assinei o documento que a Ana [Ana Alcântara, do Movimento MulherAção Cotia] e todos me trouxeram [o abaixo-assinado para o tombamento da Vila do DAE]. Nós estaremos juntos nesta luta”, afirmou o prefeito Welington Formiga. A Prefeitura deve promover uma reunião entre a comissão do movimento, a gestão municipal e a Sabesp para discutir o assunto.
Com a inclusão da Reserva no SNUC, eleva-se o seu status para Unidade de Conservação Integral (Parque Estadual, Reserva Biológica ou Estação Ecológica), implicando em maior proteção, zoneamento e controle do entorno, combatendo a caça ilegal e o extrativismo predatório a região.
Vila do DAE: conjunto habitacional construído entre 1910 e 1930 para abrigar trabalhadores da Estação de Tratamento de Água do Alto Cotia. É considerada um marco do patrimônio industrial e operário paulista. Contava com 52 casas, igreja, clube social, escola e espaços coletivos. As casas têm estilo art déco e o seu planejamento visava atender às necessidades dos trabalhadores que moravam no local à época da construção da estação de tratamento.